“O professor é o protagonista desta mudança”, afirma Jean Rafael Tomceac, coordenador de educação do CIEB, sobre as Competências Digitais

“O coronavírus também vai contaminar a educação?”. Foi com esta provocação – título de uma reportagem – que se iniciou o Webinar PVE desta sexta-feira, que recebeu Jean Rafael Tomceac, coordenador de educação do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), para falar sobre a emergência de Competências Digitais e a Autoavaliação de Professores. 

Como pensar em uma escola que leva conhecimento aos seus alunos, e ainda promover a aprendizagem? Para esta pergunta, Jean apresentou o conceito de Escola Conectada, que é amparado em algumas premissas, tais como: formas de acessar e produzir conhecimento de seu tempo, expectativas e modos de vida da geração que a frequenta, ritmos de aprendizagem e comportamentos contemporâneos, padrões de relacionamento intergeracional e requisitos para o exercício pleno de cidadania e participação da sociedade.

Segundo Jean, o conceito ideal de Escola Conectada seria uma “escola que possui uma visão estratégica e planejada para a incorporação da inovação e da tecnologia em seu currículo e nas práticas pedagógicas, com equipe capacitada para uso da tecnologia, que utiliza recursos digitais selecionados e que dispõe de equipamentos e conectividade adequados”. E os pilares do conceito apresentado são: visão, competência, recursos educacionais digitais e infraestrutura.

Mas, para que este conceito se transforme em realidade, a figura do professor é fundamental, salienta Jean, amparado em dados apresentados durante sua fala (confira a apresentação aqui). E para mudar as práticas pedagógicas, é necessário desenvolver as competências digitais – atitude (querer fazer), habilidades (saber como fazer) e conhecimento (saber o que fazer). Confira a matriz de competências digitais na apresentação.

Jean também reforça que professor é figura central para potencializar o uso das tecnologias. E complementa que os melhores resultados são atingidos quando as tecnologias são apresentadas aos professores, para que eles incorporem os recursos de acordo com suas práticas pedagógicas, ao invés de “forçar” o uso passo a passo ou manuais de quando e como utilizar estes recursos.

– O professor é o protagonista desta mudança – afirma Jean.

Mas quais as competências que os professores precisam para utilizar a tecnologia em favor da aprendizagem? Jean aponta três grandes áreas: pedagógica – efetivar o uso das tecnologias educacionais para apoiar as práticas pedagógicas dos professores; cidadania digital – usar as tecnologias para discutir a vida em sociedade e debater formas de usar a tecnologia de modo responsável; e desenvolvimento profissional – usar as tecnologias para garantir a atualização permanente do professor e o seu crescimento profissional.

– Apesar de separarmos as competências, na maioria das vezes essas competências estão imbricadas – acrescenta Jean.

Para ajudar os educadores a saberem que nível de conhecimento estão em relação às competências, o Cieb oferece uma ferramenta on-line e gratuita que possibilita aos professores da educação básica identificarem suas competências digitais para que possam se desenvolver profissionalmente.

Em relação ao ensino remoto, Jean apresentou cinco armadilhas a serem evitadas:
– Muito conteúdo
– Padronização excessiva sem flexibilização
– Isolamento dos alunos (não promover interação e colaboração)
– Reprodução de práticas pedagógicas tradicionais (apenas o professor falando)
– Seriedade e rigidez

E quatro perguntas a serem respondidas ao ensinar de maneira remota:
– O que devo ensinar? Quem decide e valida o conteúdo?
– Como devo ensinar?
– Como avaliar a aprendizagem?
– Como atender todos os meus alunos?

Materiais deste webinar:

– Confira o material apresentado: clique aqui

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