“Pior coisa é professor que se cristaliza e diz que só ensina de um jeito”, aponta Lucia Dellagnelo, do Cieb

Voltamos a receber Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) no Webinar PVE, na manhã desta sexta-feira (24). Dessa vez, a ideia foi outra: em vez de uma exposição da palestrante, o momento foi de trocas com os participantes de todo o Brasil, ao vivo. Lúcia é doutora e mestre em Educação pela Universidade de Harvard (EUA), já foi secretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina, onde criou o Cluster de Inovação na Educação. Fundou e presidiu o Conselho do Instituto Comunitário (Icom) Grande Florianópolis. Também foi condecorada pelo MEC com a medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo.

Três perguntas foram feitas ao público, com o espaço para respostas dissertativas:

— O que você aprendeu com essa pandemia? Qual foi o principal aprendizado que tivemos quando as escolas fecharam?

— O que aconteceu durante a pandemia que queremos que seja incorporado na Educação Pública e o que não queremos incorporar na Educação Pública?

— Como deve ser a nova Educação Pública?

Saiba como foi a troca sobre cada um desses tópicos:

O que você aprendeu com essa pandemia?

Lúcia relembra que o Cieb e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), realizaram, em parceria, uma pesquisa em março deste ano sobre as opções de aprendizagem remota que estavam sendo oferecidas em todo o país, concluindo que as alternativas fornecidas pela secretarias eram dependentes dos equipamentos disponíveis e do nível de fluência digital dos profissionais envolvidos. Com o passar dos meses, secretarias foram se organizando para oferecer alguma alternativa para os estudantes e, em junho, notou-se uma tendência nacional sobre a avaliação desses métodos emergenciais. Entre vários pensamentos, a pesquisadora ressalta:

— Uma grande lição é que todos os objetivos de aprendizagem previstos no currículo devem oferecer maneiras, modalidades de ensino presenciais e online. E uma coisa não cria uma barreira para a outra, pelo contrário, elas são complementares — explica.

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O que aconteceu durante a pandemia que queremos que seja incorporado na Educação Pública e o que não queremos incorporar na Educação Pública?

A partir da colaboração dos participantes do webinar, que trouxeram lições tanto profissionais, levantando as questões sobre o currículo e sobre a gestão, quanto questões emocionais sobre a ligação entre as pessoas que estão vivendo as batalhas diárias da educação durante o coronavírus, Lúcia traz a segunda questão a ser debatida. 

—  Quero que a gente continue tendo essa cabeça de reinventar de acordo com a cabeça dos educandos, é uma das coisas que eu quero guardar. Pior coisa é professor que se cristaliza e diz que só ensina de um jeito, independente do contexto — opina.

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Como deve ser a nova Educação Pública?

A pesquisadora conta que, seu maior receio, é o esquecimento sobre o período sofrido que estamos vivendo, e incentiva a lembrança dos momentos de colaboração, solidariedade e empenho das equipes escolares, entre si e com a comunidade escolar.

— Se não tirarmos uma coisa positiva disso, só vai ficar o negativo, vamos registrar o que ficou de bom na educação — pontua.

Materiais deste webinar:

— Assista à videoconferência completa: assista aqui

— Acesse o guia sobre aprendizagem remota elaborado pelo Cieb: clique aqui

— Acesse a pequisa liderada pelo Cieb sobre as estratégias de ensino remoto no Brasil: clique aqui