Você sabe o que são indicadores educacionais? Calma, não é nenhum bicho de sete cabeças! Vamos explicar do que se trata neste texto, e isso vai lhe ajudar a entender melhor como está a educação na sua cidade.


Para saber se você foi aprovado ou reprovado na escola, você passa por avaliações, certo? E toda a sua trajetória durante o ano na escola leva a um indicador, um número que procura sintetizar, em uma escala, as aprendizagens que você construiu naquele período. É sobre formas de medir e acompanhar – tarefa sempre desafiadora! – que vamos falar para explicar o que são os indicadores educacionais.

 

Assim como no diagnóstico da aprendizagem dos alunos, frequentemente expresso por meio de notas, as escolas e o próprio sistema de educação brasileiro são submetidos a coletas de informações, organizadas pelo Ministério da Educação e traduzidas em indicadores. Esses resultados não são necessariamente notas, mas também podem ser números que nos ajudam a entender as necessidades de cada região do país. Esses números são públicos.

 

Para ter informações e poder tecer comparações e análises mais complexas em busca de soluções para as necessidades identificadas, o Ministério da Educação realiza várias pesquisas e coletas de informações, como o Censo Escolar, que é preenchido por professores anualmente, e a Prova Brasil, que é uma avaliação aplicada a alunos de quinto e nono ano do Ensino Fundamental.

 

Um dos principais índices que está sendo observado na campanha #Nem1pratrás é a evasão escolar, ou seja, o número de pessoas que estão em idade escolar e, por quaisquer motivos, estão fora da escola. De acordo com os dados do Censo Escolar, 40,8% dos jovens não concluem o Ensino Médio até os 19 anos. Isso significa que, a cada dez jovens com idade até 19 anos, quatro deles não concluem na faixa de idade recomendada.

 

São muitos os fatores que levam o estudante a deixar a escola. Uma das condições que se supõe levar à evasão escolar é a Distorção Idade-Série. Esse número aponta quantos alunos estão dois ou mais anos atrasados na sua trajetória escolar, o que pode, eventualmente, estimular a desistência.

 

A Distorção Idade-Série é um dos indicadores de eficiência e rendimento da rede escolar brasileira. Há expectativa, conforme parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Educação, de que alunos completem diferentes séries com uma idade máxima recomendada. O currículo e os conteúdos escolares têm como um dos critérios de organização a idade. Atualmente, considera-se seis anos a idade adequada para ingresso no Ensino Fundamental, com duração de nove anos. A taxa é medida anualmente e é composta de uma fórmula matemática que considera o número de matrículas dentro e fora da idade recomendada. A leitura é a seguinte: o número sempre é uma porcentagem, sinalizando a quantidade a cada 100 alunos daqueles que apresentam dois ou mais anos de atraso escolar. Por exemplo: na Bahia, 40% dos alunos de sexto a nono ano estavam neste índice, de acordo com a estatística do Censo Escolar de 2018. Significa que, a cada 100 alunos, 40 deles estão com dois ou mais anos de atraso escolar.

 

Também de acordo com o Censo Escolar de 2018, a Distorção Idade-Série em classes comuns (não exclusivas de alunos com deficiência) torna-se mais intensa a partir do terceiro ano do Ensino Fundamental, acentuando-se também no sexto ano do Ensino Fundamental e no primeiro ano do Ensino Médio. A taxa de Distorção Idade-Série alcança 11,2% das matrículas nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 24,7% nos anos finais e 28,2% no Ensino Médio. Além disso, a taxa de distorção do sexo masculino é maior que a do sexo feminino em todas as etapas de ensino. A maior diferença entre os sexos é observada no sexto ano do Ensino Fundamental, em que a taxa de Distorção Idade-Série é 31,6% para o sexo masculino e 19,2% para o sexo feminino.