“O importante é garantir a equidade da oportunidade de aprendizagem a todos os alunos”, afirma Lúcia Dellagnelo, do Cieb

 

Na manhã desta terça-feira (14), o Webinar PVE recebeu Lúcia Dellagnelo, doutora e mestre em Educação pela Universidade de Harvard (EUA) e diretora presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb). A instituição é uma associação sem fins lucrativos dedicada a promovera inovação na educação pública do país. E no contexto da pandemia de Covid-19, a inovação é acelerada pelas condições educacionais. 

 

Para início de conversa, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira realizou uma pesquisa com gestores municipais e estaduais de todo o país, mapeando qual era o nível de preparo das redes públicas para atividades escolares que não fossem a aula presencial. A pesquisa completa você encontra neste link. Todos os conteúdos do Cieb produzidos em função da pandemia são totalmente gratuitos e de livre acesso.

 

— Percebemos que, na pandemia, as redes que já tinham a tecnologia incorporada saíram na frente para a aprendizagem remota dos alunos — conta Lúcia.

 

O levantamento considerou a preparação dos docentes, a estrutura das telecomunicações e a possibilidade de contato com os alunos fora da escola, entre outros fatores que colaboram para a aprendizagem remota. O Cieb elaborou, também, um guia para professores e gestores estruturando oportunidades de ensino. Para acessar, clique aqui.

 

— O que mais nos chamou a atenção foi a quantidade de respondentes que afirmaram nunca ter usado a aprendizagem remota com os estudantes, a maioria afirmou que não sabia como começar a esse ponto. Por isso, estabelecemos esse guia — relata.

 

E aprendizagem remota não é só pela internet! Também há opções para estruturar a entrega de materiais didáticos em endereços específicos, transmissão de aulas via televisão ou rádio. É importante ressaltar por que estamos falando em aprendizagem remota. Lúcia esclarece a diferença entre a aprendizagem remota e a Educação a Distância, termo que está sendo amplamente usado nessa época.

 

— Educação a Distância é uma modalidade de educação que exige um planejamento de currículo, um desenvolvimento de materiais pedagógicos, professores treinados e capacitados para dar aula online, um sistema de tutoria que acompanha. O que está sendo feito hoje pelos estados e municípios é o uso de estratégias de aprendizagem remota. O ensino a distância só é recomendado para alunos mais avançados, que já tem autonomia de estudo e sabem aprender sozinhos — explica.

 

Educação infantil e Ensino Fundamental: como continuar aprendendo?

Lúcia reforça o eco dos especialistas que não aconselham atividades escolares para crianças da Educação Infantil e reforça que crianças do Ensino Fundamental também aprendem de outras formas além da conteudista. Lúcia relembra que, quanto menor a criança, menor autonomia ela tem para uso de tecnologias e mais o ensino é mediado pelo professor.

 

— A importância agora é interação entre os irmãos e os pais, brinquedos… Não tem necessidade de ficar forçando conteúdo curricular para as crianças que são muito novas. Nessa fase de desenvolvimento, elas aprendem pelas interações com os adultos — relembra. 

 

— O ponto importante é garantir a equidade das oportunidades de ensino para todos os alunos. É encontrar qual dessas estratégias de aprendizagem remota garantiria que todas as crianças estão tendo a mesma oportunidade de aprendizado — reafirma Lúcia.

 

Materiais deste webinar:

— Assista à videoconferência completa: clique aqui

— Site especial do Cieb sobre a pandemia: clique aqui

 

O PVE continua promovendo webinars abertos ao público para ajudar gestores durante a pandemia de Covid-19. Na quarta-feira (15), Carlos Sanches recebe Tatiana Klix, do Porvir. O tema será como os gestores podem organizar material para compartilhar com professores e famílias. Acompanhe, ao vivo, a partir das 10h. Clique aqui para se inscrever.