Saúde mental é um dos principais assuntos que estamos discutindo em meio ao distanciamento social. O contexto em que estamos vivendo, mundialmente, de mudança de rotina, incertezas e inseguranças, é propício para que até as pessoas mais equilibradas se sintam desconfortáveis. Mas e com as crianças, como podemos ajudar? Essa e outras indagações de familiares e cuidadores foram respondidas pela psicóloga Gabriela Schneider na última terça-feira (7), na LiveMob da Parceria pela Valorização da Educação (PVE).

 

Assista à conversa na íntegra, aqui:

 

 

A quais sinais devemos estar atentos? Como ajudar? Veja as dicas da psicóloga Gabriela Schneider:

 

Crianças pequenas, que ainda não expressam sentimentos com as palavras

Gabriela alerta que nesses casos, as crianças podem se expressar em outras maneiras que não sejam totalmente voluntárias delas. 

 

— Elas tem efeitos importantes no sono, na alimentação. As crianças podem apresentar um comportamento ainda mais infantilizado, como fazer xixi na cama, ter mais pesadelos. Isso mostra que, no momento atual, a gente tem que entender que períodos de maior ansiedade e tristeza fazem parte do cenário agora — explica.

 

Como ajudar? 

Dentro de casa, pais e cuidadores devem ficar alertas para essas mudanças de comportamento. Gabriela recomenda que os adultos observem esses comportamentos e usem o diálogo para tranquilizar essa criança. “O diálogo é a chave para ajudar as crianças nesse momento”, lembra a psicóloga. 

 

Crianças que conseguem expressar suas frustrações

 

Gabriela indica que os cuidadores fiquem atentos ao consumo de informações por parte das crianças. Por mais que pareça controlado, elas ainda convivem no mesmo ambiente que os adultos que estão constantemente preocupados e estressados. 

 

— Elas pegam partes da conversa, escuta uma coisa aqui, uma notícia na TV na hora que elas passavam pela sala. Começam a desenvolver o que chamamos, na psicologia, de catastrofização, é uma distorção cognitiva de deixar as coisas muito maiores do que elas são — aponta a psicóloga.

 

Como ajudar?

Familiares e cuidadores podem usar ferramentas de psicoeducação para ajudar a criança a entender seus sentimentos. Ou seja: ouvir e reconhecer o que ela tem a dizer e fornecer ferramentas para que ela consiga entender o que está se passando dentro de sua própria cabeça. A escuta com atenção faz com que a criança sinta seus sentimentos valorizados e validados.

 

Quando procurar ajuda profissional?

Emoções como raiva são naturais, a gente deve respeitar essas emoções até o momento em que elas são saudáveis para a gente. Mas chega um momento que passa a ser prejudicial para a nossa saúde. Tente se colocar no lugar da criança: se você estivesse passando pelas mesmas situações, na infância, você também não se sentiria irritado ou triste? A hora de procurar um profissional é quando você, adulto, nota que aquelas emoções não estão sendo saudáveis para a criança.