Para os estudantes brasileiros que estão em casa atualmente, cumprindo o distanciamento social, a escola tomou alguma nova forma: seja atividades impressas entregues em casa, aulas via ligações de vídeo e até áudios no WhatsApp. Mas e a Educação Física, como se adapta? Essa é uma dúvida que preocupa muitos familiares em todo o mundo durante a pandemia. Garantir que as crianças se movimentem e evitem o sedentarismo é mais uma das missões das famílias. 

 

É para responder essas e outras perguntas sobre atividades físicas para crianças em casa que recebemos, nesta quarta-feira (5), a educadora com especialização em dança educativa Sílvia Lopes, do grupo de pesquisa Balaio – Ensino e Assessoria em Cultura Corporal Infantil.  Sílvia também é formadora de professores nas áreas de cultura corporal infantil, dança, cultura lúdica infantil e contação de historias em diferentes projetos e instituições. 

 

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Sílvia conta que entende a apreensão dos familiares em função de proporcionar um espaço adequado ou equipamentos adequados como há na escola, mas assegura que todas as crianças sabem brincar com o corpo. Afinal, foi o primeiro brinquedo de todos nós, as partes que primeiro usamos para nos movimentar e divertir, dentro do ventre materno.

 

— O nosso corpo é o primeiro brinquedo que a gente recebe e, mesmo nesse momento, podemos brincar com o nosso brinquedo na nossa casa! — relembra a educadora.

 

A pesquisadora conta que sabe que celulares e televisões são muito atrativos para quem está em casa, mas são atividades que não requerem muito movimento físico. Sílvia enxerga que os adultos, nessa situação, também são educadores e podem auxiliar e incentivar brincadeiras mais ativas com os pequenos:

 

— Monta uma cabana com lençóis na sala, e esses lençóis podem virar asas de borboletas, um barco, uma vassoura pode virar um cavalo de pau! Tudo vira brincadeira! — sugere.

 

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Sílvia lembra que, ao usar o corpo como brinquedo, as possibilidades são infinitas, basta usar a imaginação. 

 

— É importante explorar o movimento porque o corpo da criança é o seu maior brinquedo. As crianças precisam conhecer para poder brincar com seus corpos. O corpo dela pode virar um avião, uma borboleta, um barco, todos os bichos, o que você quiser! O corpo é complexo e muito potente — acredita.

 

Veja algumas dicas da pesquisadora sobre brincadeiras que
estimulam o desenvolvimento dos movimentos com as crianças:

 

— Passar um pouco de creme hidratante na criança e incentivá-la a sentir a textura, perceber o próprio corpo

 

— Brincadeira da gelatina: conte para a criança como gelatinas são feitas. A partir daí, o faz de conta é fingir que o corpo é uma gelatina. Quando o adulto disser: põe a gelatina na geladeira! A criança deve parar todo o corpo, “congelar” como a gelatina. Ao comando do adulto, basta dizer tira só a perna da geladeira! Para que a criança volte a movimentar a perna. Os comandos são: colocar [parte do corpo] na geladeira, para endurecer, e tirar da geladeira, para amolecer.

 

— Pipoca! Ensine a criança a fazer o formato arredondado de milho de pipoca com o corpo, segurando os próprios joelhos e abaixando a cabeça entre as pernas. É como se o adulto fosse fazer pipoca e a criança fosse o milho. Ao comando de voz do adulto, o “milho” vai tomando a forma de pipoca. Quando o adulto disser: Estoura, pipoca! A criança pode pular “na panela”, ou fazer o formato que acreditar parecer com o de uma pipoca.

 

 

Assista à conversa na íntegra:

 

 

 

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