Se o mundo inteiro está mudando, por que seria diferente para a Educação dos seus filhos? Foi esse o assunto da vez na #livePVE desta terça-feira (9), no grupo do PVE Nacional no Facebook. Recebemos a professora Sonia Regina Mendes, para falar com as famílias e escolas sobre o futuro da educação após a pandemia de Coronavírus. Sonia é professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá (UNESA), licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e graduada em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e fez seu Pós-Doutorado em Educação na USP.

 

Antes de falar de possibilidades de futuro para a educação, o presente ainda precisa ser lembrado: alunos assistem aulas a distância por videochamadas, simulando um ambiente tradicional de escola, ou estão totalmente afastadas do contexto escolar. A especialista explica que, quando falamos em ensino remoto, não significa necessariamente uma aula expositiva que teríamos na “escola normal”, mas sim maneiras diferentes de aprender e explorar a tecnologia com os estudantes.

 

— Algumas redes estão padronizando ainda mais! Uma cobrança louca de exercícios e muita produção. Vamos usar a tecnologia a nosso favor! — acredita Sônia. 

 

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Entram também no balaio das mudanças a nova posição da escola. Afinal, a escola não é  somente o ambiente para aprender, mas também lugar de socializar, construir relações e aprendizados. É a hora de rever o caráter conteudista da escola brasileira, para conquistar os alunos que estão fisicamente distantes.

 

— Os professores reagiram com alguma criatividade, tenho visto um esforço enorme das secretarias de suprir esse momento, com a tecnologia para dar conta — elogia a professora.

 

Ainda assim, as escolas ainda operam em sistema de transposição, tentando emular um ambiente similar à sala de aula, sem a adaptação tecnológica que as ferramentas proporcionam.

 

— Você continua com o ensino centrado no professor, sem nenhuma relativização, problematização… o que eu tenho visto, de forma geral, é que a preocupação maior é a ferramenta e não necessariamente o modelo pedagógico — avalia.

 

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Para as famílias em casa, pode ser uma boa oportunidade de resgatar momentos com as crianças, desenvolvendo o autoconhecimento e o pensamento crítico dos pequenos.

 

— É uma grande oportunidade para os pais resgatarem algumas coisas que são importantes para o autoconhecimento. Resgatar a história da própria família, de uma maneira contada. Uma outra coisa é um grande contato com a nossa literatura, cinema, filmes, animações, qualquer coisa que promova um tipo de discussão. É pela discussão que você vai marcando um pensamento — orienta a professora.

 

Independente do que a família tenha condição no momento, a pesquisadora relembra que o importante é auxiliar a construção da autoestima da criança, para que ela possa se fortalecer frente aos desafios da vida e do futuro próximo.

 

— O que importa é que a criança seja valorizada e que se sinta capaz, independente da condição familiar. Saiba que tem capacidade de aprender e resolver seus problemas — finaliza.