A conselheira Maria Helena Guimarães, do Conselho Nacional de Educação, falou a uma sala virtual lotada do Webinar PVE na manhã desta quinta-feira (23). Maria Helena é acadêmica da Academia Brasileira de Educação e da Academia Paulista de Educação, além de ser professora aposentada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ex-secretária executiva do Ministério de Educação e ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Assista à videoconferência completa neste link.

 

Maria Helena priorizou comunicar os posicionamentos do Conselho em torno das principais incertezas atuais para a educação brasileira: as atividades a distância, o cumprimento do ano letivo e o retorno às salas de aulas. Antes disso, a conselheira lembrou aos participantes que não se trata de um ano escolar normal, é uma excepcionalidade. Quase todos os países do mundo interromperam suas aulas presenciais, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

 

— Não podemos voltar as aulas agora. Não chegamos no pico disso ainda [sobre a pandemia]. Nos outros países, está todo mundo sem aula. Quem começa a voltar, é agora em maio — completa.

 

Atividades a distância

Maria Helena lembra que apesar de o termo Educação a Distância estar sendo amplamente utilizado, não é o que está sendo, de fato, praticado. A Educação a Distância no Brasil exige o cumprimento de regras previstas em lei que devem ser seguidos, como a existência de um cronograma planejado.

 

— A proposta não é substituir as aulas presenciais, mas estamos falando de atividades pedagógicas que não substituem. Estamos falando de uma maneira de manter o vínculo, e não substituir. Não vamos substituir a qualidade que uma aula presencial oferece, mas precisamos fazer algo pelas crianças que estão em casa — alerta.

 

A conselheira defende que a prioridade deve ser a relação dos alunos e das famílias com a escola, para que os alunos não se sintam tão distantes das unidades escolares nesse período. 

 

— O mais importante agora é o vínculo entre os alunos e a escola — acredita.

 

Assista à videoconferência completa

 

Cumprimento do ano letivo e retorno às aulas

 

Maria Helena lembra que o Conselho Nacional de Educação deverá respeitar a autonomia de cada unidade escolar conforme a decisão tomada para o retorno e restante do ano letivo de 2020. De acordo com a medida provisória em vigor no mês de abril, as escolas devem cumprir 800 horas-aula, sem a necessidade de ter 200 dias letivos, como é o tradicional.

 

— Primeiro, contabilizem quantos dias de aula já foram feitos em 2020. Comece daí. Ainda é muito cedo para definirmos calendário, há poucos países retomando as aulas em maio, gradualmente. Fique atento ao que eles estão fazendo e que cuidados serão precisos — indica.

 

Segundo Maria Helena, estes são os possíveis cuidados para os retornos das aulas, baseado no que está sendo feito em países europeus: a redistribuição de turmas, para manter salas com menos de 15 alunos; educação da comunidade escolar sobre medidas de higienização e retomada de algumas turmas, evitando que escolas estejam cheias. 

 

 

O PVE continua promovendo webinars abertos ao público para ajudar gestores durante a pandemia de Covid-19. Na sexta-feira (24), Carlos Sanches recebe Cleuza Repulho, consultora da Fundação Lemann e ex-presidente da Undime, e o assunto é a implementação da Base Nacional Comum Curricular nas escolas após a COVID-19. Acompanhe, ao vivo, a partir das 10h. Confira a programação da semana, clicando aqui.