A palestrante Maria Thereza Marcílio, fundadora e presidente do Instituto Avante, iniciou a fala no Webinar PVE no último dia três de junho, com um contexto da Educação Infantil brasileira antes da pandemia, lembrando que a Educação Infantil foi, primeiramente formalizada, na Constituição Federal de 1988, pouco tempo em relação aos outros níveis de ensino. É onde aparece, desde o nascimento, a Educação como um direito de todas as crianças.
Maria Thereza é licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia e Mestre em Educação pela Harvard Graduate School of Education. Também é presidente e associada fundadora da Avante – Educação e Mobilização Social, atuando na coordenação de diversos projetos de formação continuada em diferentes estados do Brasil. Foi coordenadora e integrante do Grupo Gestor da Secretaria Executiva da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), membro do Grupo de Trabalho sobre Avaliação da Educação Infantil, instituído pelo MEC, entre outras credenciais.
— A gente não pode pensar na Educação Infantil como uma preparação para o Ensino Fundamental. Ela tem função em si mesma, ela tem fim em si mesma, ela tem currículo próprio, ela tem especificidades que precisam ser preservadas — pontua Maria Thereza.
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Maria Thereza lembra que, com a pandemia, houve o escancaramento das desigualdades brasileiras e das distâncias entre as escolas e as famílias dos alunos. A pesquisadora alerta, também, para uma série de questionamentos aos quais os educadores precisam se atentar durante a pandemia.
— O ponto de qualquer preocupação maior, de mandar atividade ou não, calendário, etc, deve ser: como eu vou garantir que os direitos das crianças sejam respeitados? E como eu vou garantir que tudo o que conquistamos permanece?
Veja a lista de questões relevantes para a atuação da educação durante a pandemia
— Como garantir que os direitos das crianças sejam respeitados e que as conquistas na área da infância não se percam?
— Quais devem ser os objetivos educacionais?
— Como manter as concepções de Educação Infantil, de criança, de currículo?
Por fim, Maria Thereza sugere estratégias para fortalecer o contato com as famílias e alunos, além de dar suporte para as equipes pedagógicas das unidades escolares.
Com famílias e crianças
– Grupos de WhatsApp
– Envio de vídeos com músicas, histórias, fotos, mensagem de aniversário
– Envio de material impresso caso não haja contato celular
– Parceria com agentes comunitários de saúde e conselho tutelar
– Cestas básicas
Com professores
– Tear literário
– Encontros virtuais de formação
– Acolhimento e apoio psicológico