“Não temos uma imagem segura para dizer quanto tempo mais de distanciamento será necessário”, acredita o médico sanitarista Aluísio Gomes, da UFF

 

Na manhã desta segunda-feira (1º), recebemos Aluísio Gomes da Silva Junior, médico sanitarista, doutor em Saúde Pública pela Fiocruz e professor titular da Universidade Federal Fluminense (UFF), para falar sobre o retorno das aulas presenciais seguindo as recomendações na área da saúde. Apesar desse retorno não acontecer ao mesmo tempo em todo o país, é imprescindível que as unidades escolares sigam as orientações sanitárias para evitar o contágio da comunidade escolar na reabertura.

 

— As crianças e os jovens são a menor parte que desenvolvem casos graves e morrem, mas eles podem rapidamente contaminar professores, família e todo mundo em volta — relembra o médico Aluísio Gomes.

 

Cada rede de educação está planejando o retorno conforme as condições do seu território, mas Aluísio faz um alerta para uma visão mais ampla da situação:

 

— Mesmo os municípios que estão mais preparados sofrem com o entorno, com as cidades vizinhas. Ninguém está totalmente isolado — avisa.

 

Leia também: “Nós não vamos voltar como se voltássemos de férias”, lembra Kátia Stocco Smole, do Instituto Reúna

 

Como a reabertura já mostrou em alguns países, é possível que ainda seja prematuro reabrir as escolas. O médico sanitarista adverte que apesar da baixa mortalidade, em geral, de crianças e adolescentes, eles podem se tornar agentes transmissores do vírus.

 

— Não temos uma imagem segura para dizer quanto tempo mais de distanciamento seria necessário. A prudência manda que, quanto mais melhor. Mas a prudência também diz que quanto mais esticar, mais prejudicaremos as crianças e estabeleceremos um passivo muito grande da educação e da economia. Temos que fazer essa conta dia a dia — acredita. 

 

Aluíso avisa, também, que as redes que optarem pela reabertura não têm como avaliar imediatamente se houve sucesso, em função do tempo do aparecimento de sintomas. 

 

— Para quem decide retornar, nós só sabemos de uma semana a 15 dias depois se houve algum estrago. Correremos para fechar as escolas de novo, mas o estrago já está feito, talvez algumas vítimas fossem desnecessárias — adverte.

 

Leia também: “É importante que a educação desenvolva caminhos de proteger e prevenir pelas plataformas virtuais”, lembra Márcia Campos, do Instituto Aliança

 

A partir desta semana, o Webinar PVE deixará de ser diário: nossos encontros serão às segundas, quartas e sextas-feiras, para melhor acomodar as demandas das secretarias de educação.

 

 

Materiais deste webinar:

— Assista à videoconferência completa: clique aqui

— Acesse ao protocolo sanitário do Estado de São Paulo: clique aqui

 

O PVE continua promovendo webinars abertos ao público para ajudar gestores durante a pandemia de Covid-19. Na quarta-feira (3), Carlos Sanches recebe Maria Thereza Marcílio, fundadora e presidente do Instituto Avante, para falar sobre os desafios da educação infantil durante e pós-pandemia. Acompanhe, ao vivo, a partir das 10h.  Inscreva-se neste webinar e confira a programação da semana aqui.